Brasileiros revelam até quanto pagam para ver seus ídolos: pesquisa mostra limite de R$ 300 por ingresso
05 de set de 2025 - 12:05:35

Por: Melquisedeque J. Santos – Vale Jornalismo Online 

Uma nova pesquisa da Serasa em parceria com a Opinion Box escancarou a realidade dos brasileiros quando o assunto é música ao vivo: a paixão por shows e festivais permanece forte, mas o bolso dita as regras. O levantamento mostra que, apesar da vontade de estar perto dos artistas preferidos, o brasileiro coloca um teto claro de gastos — 70% dizem não pagar mais do que R$ 300 por ingresso.

Paixão nacional, mas com cálculo no bolso

O estudo indica que 62% dos entrevistados prestigiam shows de artistas nacionais ao menos uma vez por ano, enquanto apenas 27% vão a apresentações internacionais. O apego à música brasileira se mantém, mas com um detalhe: o gasto tem limite.

Além do ingresso, o público desembolsa em média até R$ 200 em comida e bebida durante os eventos. Para quem precisa viajar, o valor médio por pessoa ultrapassa R$ 1.000, incluindo hospedagem e transporte.

Planejamento versus impulso

A pesquisa mostra que 47% dos brasileiros planejam com antecedência e guardam dinheiro para garantir presença nos shows. Por outro lado, 17% admitem comprar no impulso, sem qualquer preparação financeira.
Mesmo com a intenção de se organizar, 60% compram os ingressos a menos de um mês da data, reforçando a mistura de paixão com imediatismo.

Cartão de crédito é protagonista

Quase metade dos consumidores (48%) paga os ingressos no cartão de crédito. Destes, 59% só aceitam parcelar se for sem juros, evidenciando o medo da dívida. Ainda assim, 24% já se endividaram para assistir artistas ou festivais, prova de que a emoção muitas vezes vence a razão.

A análise: entre amor e conta no fim do mês

Os números revelam uma contradição típica da cultura de consumo no Brasil: ao mesmo tempo em que o público não abre mão da experiência musical, ele busca formas de limitar o impacto no orçamento. Para muitos, a música é investimento emocional — um gasto que não pesa no coração, mas pode pesar no extrato bancário.

Em um país onde 38% afirmam não se importar em pagar caro para ver seu artista preferido, o show vira mais do que entretenimento: é identidade, pertencimento e escape da rotina. O limite de R$ 300, portanto, não é apenas um dado estatístico, mas um retrato de até onde vai a disposição para viver a catarse coletiva da música.