Pela primeira vez, um time feminino da Polícia Civil do Estado de São Paulo participa do prestigiado Swat Dubai Challenge, um campeonato internacional que reúne forças de segurança de 48 países para avaliar habilidades táticas, precisão e trabalho em equipe. Composto por cinco investigadoras e uma escrivã, o grupo chegou aos Emirados Árabes nesta segunda-feira (27) para representar o Brasil em uma competição histórica.
A equipe paulista inclui integrantes experientes de divisões como o Grupo de Operações Especiais (GOE), Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) e o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). A maioria atua na região metropolitana de São Paulo, acumulando vivência em operações estratégicas e táticas.
Um marco na carreira das participantes
A investigadora Elaine Rufino, uma das selecionadas, descreveu a experiência como "uma oportunidade única de vida". Segundo ela, o treinamento intenso e os desafios superados ao longo da carreira culminaram nesse momento histórico. "Finalmente, depois de tanto esforço, teremos a chance de mostrar nosso potencial. É a realização de um sonho que começou quando ainda estava na Academia de Polícia", relatou.
Elaine destacou o impacto da liderança de Carla Regina Nastri, a primeira mulher a integrar o grupo tático Garra, como um diferencial para a equipe. "É uma satisfação enorme tê-la como líder. Estamos cercadas de mulheres incríveis e comprometidas, o que torna a experiência ainda mais significativa", afirmou.
Como a seleção aconteceu?
A inclusão de times femininos no Swat Dubai Challenge começou em 2024, marcando um importante avanço na representatividade. Após o torneio anterior, a Polícia de Dubai enviou um convite à Polícia Civil paulista por meio do Grupo de Responsabilidade Tática (GRP).
O GRP, liderado por especialistas do GOE de São Bernardo do Campo, foi responsável por selecionar e treinar a equipe feminina. As policiais passaram por um rigoroso programa de preparação, que incluiu aprimoramento técnico, físico e psicológico, para estarem aptas a competir com as melhores equipes táticas do mundo.
Sobre o Swat Dubai Challenge
A competição, reconhecida globalmente, promove o intercâmbio de técnicas e habilidades entre forças policiais de diferentes países. Além de avaliar agilidade mental e resistência física, o evento é uma oportunidade para compartilhar práticas de aplicação da lei e estabelecer cooperação internacional.
De acordo com os organizadores, o objetivo é elevar os padrões globais de policiamento e fortalecer o papel das mulheres em serviços táticos. "Estamos criando um novo paradigma de inclusão e excelência no setor", destacou um representante do evento.
Inspiração para o futuro
A participação do time feminino paulista no Swat Dubai Challenge é um marco na história da Polícia Civil de São Paulo, refletindo os avanços conquistados pelas mulheres em áreas tradicionalmente dominadas por homens. Para as investigadoras, o torneio não é apenas uma competição, mas um símbolo de perseverança e superação.
"Estar aqui já é uma vitória, mas queremos ir além. É um momento que esperamos inspirar outras mulheres a acreditarem em seu potencial, tanto na polícia quanto em qualquer outro campo", finalizou Elaine Rufino.
Por: Melquisedeque de Jesus Santos
