Com o ressurgimento preocupante da dengue, o Ministério da Saúde tem lançado campanhas intensas de conscientização e mobilização social para combater a propagação do mosquito Aedes aegypti, principal vetor da doença. Embora os esforços tenham levado a uma redução significativa nos casos notificados em comparação com anos anteriores, a perspectiva de um aumento durante o período de chuvas em 2024 permanece uma preocupação constante.
A dengue, uma doença febril aguda causada por um vírus, apresenta-se em duas formas principais: a clássica e a hemorrágica. Enquanto a dengue clássica é caracterizada por sintomas como febre alta, dor de cabeça, dores musculares e articulares, a forma hemorrágica pode ser extremamente grave, com sangramento e, ocasionalmente, choque, representando um risco significativo à vida.
No entanto, além dos desafios diretos causados pela doença, surge outro perigo oculto: a automedicação. Embora possa parecer inofensivo buscar alívio dos sintomas por conta própria, o uso inadequado de certos medicamentos durante uma infecção por dengue pode agravar a situação e até mesmo aumentar o risco de complicações graves, como o quadro hemorrágico.
De acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde, não existe um tratamento medicamentoso específico para a dengue. Os medicamentos são geralmente usados apenas para aliviar os sintomas, mas é fundamental escolher com sabedoria. Por exemplo, os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno, diclofenaco e aspirina, são contraindicados devido ao seu potencial de aumentar o risco de sangramento e piorar a função plaquetária, especialmente em casos de dengue hemorrágica.
Da mesma forma, medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico (aspirina) ou corticosteroides devem ser evitados, pois podem comprometer ainda mais a coagulação sanguínea e suprimir o sistema imunológico, aumentando os riscos para os pacientes.
É importante ressaltar que, mesmo em meio ao desejo compreensível de encontrar alívio rápido, a automedicação na dengue pode ser extremamente perigosa. Os pacientes devem sempre buscar orientação médica antes de tomar qualquer medicamento, garantindo uma abordagem segura e adequada para o manejo dos sintomas.
A conscientização sobre os riscos da automedicação na dengue é essencial para proteger a saúde pública e evitar complicações desnecessárias. É fundamental que todos os segmentos da sociedade, incluindo os usuários, estejam cientes dessas questões e tomem as medidas adequadas para garantir um tratamento seguro e eficaz durante a temporada de dengue.
Por:Melquisedeque J Santos
