Malafaia recua e diz que AVEC não pagará evento com Bolsonaro
17 de fev de 2024 - 07:45:29

Em uma reviravolta surpreendente, o pastor Silas Malafaia anunciou hoje que a Associação Vitória em Cristo (AVEC) não arcará com os custos do evento em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, agendado para o dia 25 de fevereiro na avenida Paulista, em São Paulo. Esta decisão vem apenas um dia após Malafaia afirmar publicamente que a AVEC financiaria o evento.

"ATENÇÃO! Até agora nada foi pago do evento do dia 25/02. Nem a Assembleia de Deus Vitória em Cristo nem a Associação Vitória em Cristo vão pagar coisa alguma. Mesmo a Associação Vitória em Cristo, que em seu estatuto prevê que ela pode bancar manifestações públicas. Mesmo assim, não pagará um centavo. A responsabilidade é minha e pessoal. Com o maior prazer farei isso em favor do Brasil", disse Malafaia em uma nota divulgada após sua mudança de posição.

Embora tenha assumido a responsabilidade pelos custos do evento, Malafaia enfatizou que a Associação Vitória em Cristo é a entidade responsável pela organização do mesmo. Isso levanta questões sobre a autorização para realizar o evento, uma vez que, como pessoa física, Malafaia não teria poderes legais para obtê-la junto à prefeitura.

Malafaia, que esteve em Brasília com Bolsonaro planejando o evento, originalmente declarou que a AVEC custearia a manifestação, que espera atrair cerca de 300 mil pessoas. No entanto, em uma reviravolta surpreendente, o pastor mudou sua declaração, afirmando que os custos serão cobertos por seu próprio bolso.

"Os recursos são exclusivos da Associação Vitória em Cristo. Não tem recurso de político, não tem recurso de caixa dois ou seja lá de onde quer que seja", afirmou Malafaia na quinta-feira, antes de sua mudança de posição.

A mudança de discurso do pastor veio após especulações sobre o financiamento do evento, com Malafaia alegando que preferiu usar seus próprios recursos para evitar "acusações da esquerda". Ele ressaltou que a AVEC é uma entidade distinta da igreja e não depende de dízimos para financiar suas atividades.

Este episódio lança luz sobre a complexa relação entre política e religião no Brasil, destacando o papel dos líderes religiosos como influenciadores políticos e a sensibilidade em torno do financiamento de eventos políticos por entidades religiosas. A decisão de Malafaia de recuar do financiamento público e assumir os custos pessoalmente reflete as tensões presentes no cenário político brasileiro e as estratégias adotadas para evitar críticas e controvérsias.

 Por: Melquisedeque J Santos