TDAH e TDA sem preconceito: Em busca de inclusão e compreensão
06 de jun de 2023 - 11:53:32

Nossa sociedade ainda enfrenta desafios significativos quando se trata de inclusão e aceitação daqueles que são diferentes. O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno do Déficit de Atenção (TDA) são exemplos claros de condições que frequentemente encontram preconceito e falta de compreensão. Pais, professores e até mesmo alguns profissionais de saúde muitas vezes duvidam da existência desses transtornos, deixando as crianças afetadas sem o tratamento adequado e sujeitas a exclusão social.

O TDAH é um transtorno em que as crianças apresentam comportamentos característicos e prejudiciais, como desatenção, hiperatividade e impulsividade. Já o TDA, diferentemente do TDAH, não inclui os sintomas de hiperatividade e impulsividade. Ambos os transtornos são causados por disfunções nas vias dopaminérgica e noradrenérgica do cérebro, afetando o controle cognitivo comportamental. O diagnóstico requer que a criança apresente sintomas relacionados aos subgrupos mencionados anteriormente.

Embora o TDAH e o TDA sejam conhecidos e diagnosticados há muito tempo, o preconceito ainda persiste. Muitas pessoas têm dificuldade em aceitar a existência desses transtornos, usando comentários negativos e desinformados para questionar sua legitimidade. Expressões como "isso é apenas falta de educação" ou "eles estão inventando desculpas" são comuns e refletem a falta de conhecimento sobre essas condições.

Essas atitudes preconceituosas têm sérias consequências para as pessoas afetadas. Crianças com TDAH e TDA frequentemente sofrem com notas baixas, problemas de comportamento e dificuldade de adaptação ao ambiente escolar. A falta de tratamento adequado e a exclusão social podem levar a danos emocionais e acadêmicos significativos.

É fundamental entender que o TDAH e o TDA são transtornos reais e que as pessoas que sofrem com eles não escolhem ser diferentes. Não se trata de uma questão de falta de educação ou de comportamento inadequado, mas sim de uma condição médica que requer suporte e compreensão.

É importante ressaltar que os medicamentos usados no tratamento do TDAH e TDA não tornam as crianças ou adultos mais inteligentes. Eles simplesmente ajudam a compensar as deficiências químicas no cérebro desses indivíduos, permitindo-lhes ter uma vida melhor e mais funcional.

Assim como usamos óculos para corrigir problemas de visão, devemos buscar entender e apoiar aqueles que têm TDAH e TDA. Ao invés de julgá-los, devemos cultivar empatia e informação. Somente com uma abordagem mais inclusiva e acolhedora poderemos criar um ambiente mais justo e respeitoso para crianças e famílias que enfrentam esses transtornos.

A inclusão é essencial para construir uma sociedade mais justa e igualitária. Todos têm o direito de serem respeitados e aceitos, independentemente de suas diferenças. É necessário que nos informemos e eduquemos sobre o TDAH e o TDA, a fim de romper com estereótipos e preconceitos.

Para alcançar a inclusão, é preciso haver um esforço conjunto de todos os membros da sociedade. Pais, educadores, profissionais de saúde e a comunidade em geral desempenham papéis fundamentais nesse processo. É crucial oferecer suporte adequado às crianças com TDAH e TDA, proporcionando-lhes acesso a serviços de saúde, educação e apoio emocional.

Portanto, é hora de abraçar a inclusão e promover a empatia em relação ao TDAH e TDA. Devemos lembrar que ser diferente não é contagioso, mas ser tratado com diferença machuca profundamente. Ao respeitar e aceitar as diferenças, estaremos construindo uma sociedade mais acolhedora e igualitária para todos. É responsabilidade de cada um de nós lutar contra o preconceito e criar um ambiente onde todas as pessoas, independentemente de suas peculiaridades, possam prosperar e alcançar seu pleno potencial.

 Por: Melquisedeque J Santos