O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, alertou a China contra o apoio à Rússia, dizendo que isso ameaçaria provocar uma nova Guerra Mundial. O aviso entrou uma entrevista publicada na segunda-feira no jornal alemão Die Welt, no qual Zelenskyy delineou suas esperanças de que a China escolhesse apoiar a Ucrânia, e não a Rússia, no conflito em andamento.
"No momento, porém, não acho que seja possível", disse ele, por tradução da Al Jazeera da entrevista. Zelenskyy disse ao jornal que vê uma oportunidade para a China fazer uma "avaliação pragmática" da situação.
Mas "se a China se aliar à Rússia, haverá uma guerra mundial, e acho que a China está ciente disso", disse ele. De acordo com a CNN, que citou funcionários não identificados familiarizados com a situação, os EUA estão preocupados com as tendências "perturbadoras" no apoio da China à Rússia.
Secretário de Estado Antony Blinken compareceu uma reunião com Wang Yi, o principal diplomata da China, na Conferência de Segurança de Munique no sábado, na qual ele levantou as preocupações dos EUA. De acordo com um Departamento de Estado dos EUA relatório da reunião, Blinken alertou a China sobre as "implicações e consequências" de fornecer apoio material ou assistência na evasão de sanções sistêmicas à Rússia.
Falando com CBS Noticias após a reunião, Blinken disse que expressou "profundas preocupações" especificamente sobre a possibilidade de a China fornecer apoio letal à Rússia. Ele não deu detalhes sobre as informações que os EUA possuem sobre os possíveis planos, mas acrescentou que os EUA viram informações que sugerem que as empresas chinesas já estão fornecendo apoio não letal.
Durante uma entrevista com o programa “Meet the Press, da NBC,” que foi ao ar no domingo, Blinken reiterou que os EUA estão "muito preocupados" com a possibilidade de a China ajudar a Rússia, acrescentando que isso teria "sérias consequências" na relação EUA-China.Vice-presidente dos Estados Unidos Kamala Harris também alertou a China contra fornecer apoio a Moscou durante um discurso na Conferência de Segurança de Munique.
Por Melquisedeque J Santos
Fonte Joshua Zitser
