Numa nova reviravolta no cenário político-religioso brasileiro, o renomado pastor Silas Malafaia da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) encontra-se no foco do Ministério da Justiça. A tensão surge após o ministro da Justiça, Flávio Dino, encaminhar vídeos ao governo do Distrito Federal em que Malafaia parece convocar seus seguidores para atos previstos para o 7 de Setembro, o emblemático Dia da Independência do Brasil.
Entretanto, Malafaia, conhecido por sua influência e por vezes sua contundência, defende-se das alegações. Ele insiste que os vídeos em questão são, na realidade, montagens de gravações de anos anteriores, quando ele apoiava manifestações populares ligadas à data. "Encaminhamos os vídeos que tratam de supostas manifestações articuladas previstas para ocorrer no dia 7 de setembro de 2023, para avaliação e providências preventivas que forem necessárias", pontua Dino sobre a polêmica.
Não é a primeira vez que Malafaia se encontra no meio de polêmicas. O pastor é notoriamente alvo de investigações, sobretudo por sua relação próxima com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, suas críticas públicas e veementes ao Supremo Tribunal Federal (STF) - particularmente ao ministro Alexandre de Moraes - ampliam a atmosfera de tensão entre os poderes.
Em meio a este cenário incerto, o líder evangélico reafirma sua postura combativa. Em culto realizado no último domingo, 3 de setembro, Malafaia declarou abertamente sua falta de temor diante da possibilidade de prisão, instruindo até mesmo seu advogado a não solicitar habeas corpus caso fosse detido. "Me deixa lá, porque se Deus quiser usar isso pra derrubar esses caras, eu sei o preço que se paga", proclamou ao público fiel da ADVEC sede, no Rio de Janeiro.
Agora, o país aguarda os próximos capítulos deste embate, que une política, religião e as complexas relações de poder no Brasil.
Por: Melquisedeque J Santos
