Pastor prometia lucro de um 'octilhão' de reais ostentava vida de luxo e ia para cultos de helicóptero
21 de set de 2023 - 14:45:51

O pastor Osório José Lopes Júnior, conhecido por ostentar uma vida de luxo e prometer lucros estratosféricos às vítimas, tornou-se alvo de uma operação policial que investiga um grupo suspeito de aplicar golpes financeiros contra mais de 50 mil pessoas em todo o Brasil e no exterior. A Polícia Civil (PC) do Distrito Federal (DF) lidera as investigações, e Osório, considerado foragido, é uma peça chave no caso.

A ostentação do pastor, que frequentava cultos em helicóptero, contrasta fortemente com as acusações que pesam sobre ele. Osório José Lopes Júnior é suspeito de liderar um esquema de fraudes milionárias, no qual ele e outro religioso alegavam em vídeos no YouTube terem recebido um título no valor de R$ 1 bilhão. Contudo, eles afirmavam que precisavam reunir fundos substanciais das vítimas para efetivamente receberem essa quantia.

O delegado responsável pela investigação em 2018, Marco Antônio Maia, revelou que Osório ostentava uma vida de luxo financiada através de golpes, acumulando cerca de R$ 15 milhões em ganhos ilícitos. "Ele tinha uma casa luxuosa, frequentava cultos em Goianésia de helicóptero, dirigia carros de luxo, usava seguranças e ostentava joias. A aeronave em que voava era alugada, usada apenas para enganar os fiéis", explicou Maia.

Na época das investigações, tanto Osório quanto o outro pastor foram presos, e Osório se tornou réu no mesmo ano. Contudo, ele respondeu ao processo em liberdade e posteriormente se mudou para São Paulo (SP). Segundo o delegado Maia, essa mudança ocorreu após as autoridades goianas começarem a investigar o caso, o que fez com que o pastor tentasse evitar novas vítimas na região.

Nesta quarta-feira (20), a Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) deflagrou uma operação que visa desmantelar o grupo suspeito de praticar golpes financeiros, que movimentou cerca de R$ 156 milhões em cinco anos. A investigação também revelou que o grupo criou mais de 40 empresas fictícias e utilizou mais de 800 contas bancárias suspeitas em suas atividades ilegais.

O modus operandi do grupo incluía promessas mirabolantes, como a de que com um depósito de apenas R$ 25, as pessoas poderiam receber de volta o valor de um "octilhão" de reais. Além disso, ofereciam a oportunidade de 'investir' R$ 2 mil para obter um retorno de 350 bilhões de centilhões de euros. A operação foi coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT).

A defesa de Osório José Lopes Júnior afirma que ele não tem relação com as investigações contra o grupo e que seu cliente desconhece qualquer mandado de prisão, pois estaria em lua de mel. A advogada Maria José da Costa Ferreira alega que tudo deve ser um equívoco.

Entretanto, a polícia continua em busca do pastor, que se tornou uma peça central na investigação de um dos maiores esquemas de golpes financeiros do Brasil.

 Por: Melquisedeque J Santos