Na última semana, o reverendo Marco Feliciano, conhecido líder religioso e deputado federal, tornou pública sua consternação em relação à recente aprovação da Reforma Tributária no parlamento brasileiro. Essa legislação controversa obteve uma ampla margem de votos favoráveis, com 382 votos a favor, 118 contra e 3 abstenções, representando uma vitória para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em um vídeo divulgado, Feliciano revelou-se "desolado" e fez alusões indiretas ao governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas. O governador participou de um encontro do Partido Liberal (PL) em Brasília, onde a Reforma Tributária foi um dos principais tópicos discutidos. Apesar de suas divergências com o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, Freitas apoiou a medida, mesmo não estando completamente alinhado com os princípios da direita.
Críticos da Reforma Tributária questionaram a forma apressada como o texto final, um documento com mais de 140 páginas, foi apresentado momentos antes da votação. Eles argumentaram que era praticamente inviável dar o aval a um documento tão importante sem a devida avaliação e certeza de sua aplicabilidade.
Janaína Paschoal, ex-deputada estadual e atual professora de Direito na Universidade de São Paulo (USP), também expressou preocupação em relação à proposta. Segundo ela, a medida poderia representar uma "armadilha colossal" para a população brasileira. Paschoal apelou aos parlamentares para que recusassem a votação imediata, a fim de permitir um debate mais amplo e uma melhor maturação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC).
Feliciano, por sua vez, insinuou que a aprovação da Reforma Tributária poderia ter sido motivada por oportunismo e "traição". Embora não tenha mencionado explicitamente o governador Freitas, o deputado sugeriu que o ex-ministro de Bolsonaro estaria buscando, antecipadamente, ganhar destaque para as eleições de 2026. "Ontem conhecemos os oportunistas e os traidores", expressou o pastor na descrição de seu vídeo. Além disso, o líder da Assembleia de Deus exigiu respeito ao ex-presidente Bolsonaro, que foi recentemente cassado.
Essas declarações de Marco Feliciano destacam a intensa controvérsia em torno da Reforma Tributária e a divisão de opiniões entre os parlamentares e especialistas. A medida continuará a ser debatida e analisada em relação aos seus impactos na população brasileira e no cenário político do país.
Por: Melquisedeque J Santos
