O mês de setembro é emblemático para milhões de judeus ao redor do mundo. Neste mês, ocorre a celebração do Rosh Hashaná, que marca o início do ano 5784 no calendário judaico. Esta festa, que em hebraico significa literalmente "Cabeça do Ano", é muito mais do que uma simples passagem de tempo; ela é um período de profunda reflexão, repleto de tradições e comemorações.
O calendário judaico é lunissolar, baseado tanto nas fases da lua quanto na posição do sol. O início do ano 5784 começa em 15 de setembro de 2023 no calendário gregoriano, estendendo-se até 2 de outubro de 2024. A primeira vista, pode parecer peculiar que o ano novo judaico se inicie no sétimo mês, Tishrei, mas ao nos aprofundarmos em seus significados, compreendemos que esta contagem tem raízes e significados que remontam a tempos bíblicos.
Mas o Rosh Hashaná não é apenas a celebração de um novo ano. Ele é também um momento de profunda reflexão espiritual, pois coincide com o Yom Hazicaron, o Dia da Memória. Durante essa ocasião, os judeus acreditam que seus atos são avaliados pelo Criador, proporcionando uma época de introspecção e reavaliação do caminho que cada um trilhou no ano anterior, incentivando a renovação de compromissos para o ano que se inicia.
As celebrações do Rosh Hashaná são ricas em tradições. Desde o acender de velas à noite, que simbolizam a presença divina e a passagem do tempo, até as refeições que evocam prosperidade e doçura, como o Lekach, o bolo de mel. No entanto, talvez o mais emblemático seja o toque do shofar, um instrumento de sopro feito com o chifre de um carneiro. O som produzido pelo shofar é uma convocação à reflexão e ao arrependimento, fundamentado em passagens bíblicas, como a encontrada no livro de Levítico, que destaca a celebração com toques de trombeta no primeiro dia do sétimo mês.
Assim, mais do que uma simples celebração do Ano Novo, o Rosh Hashaná é uma jornada de reflexão e reconexão. Em um mundo onde a vida pode ser tão agitada e repleta de distrações, esta tradição milenar ressalta a importância de parar, refletir e aspirar por um futuro mais doce e significativo. Shana Tová a todos.
Por: Melquisedeque J Santos
