Em um comunicado recente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) trouxe à tona a existência de uma nova subvariante da cepa Ômicron da Covid-19, denominada EG.5. Embora classificada como uma "variante de interesse", a EG.5 já foi detectada em nada menos que 51 países ao redor do mundo, levantando preocupações quanto à sua possível expansão global.
A característica que mais tem chamado a atenção dos especialistas é a presença de mutações que conferem à EG.5 uma maior capacidade de transmissão. Isso sugere que a variante pode se espalhar com maior eficácia entre os indivíduos, possivelmente contribuindo para um aumento no número de casos de Covid-19. Essa preocupação se estende ainda mais quando se considera a possibilidade de a EG.5 vir a se tornar a cepa predominante, suplantando a atual cepa predominante, a XBB.1.16.
É importante ressaltar que, apesar de suas mutações e capacidade de transmissão elevada, a EG.5 não demonstrou, até o momento, alterações significativas no padrão de gravidade da doença. Por esse motivo, a OMS a classificou como de baixo risco para a saúde pública em nível global. Contudo, isso não diminui a importância de se monitorar atentamente a propagação dessa subvariante e de tomar medidas preventivas para conter sua disseminação.
Até o momento, a EG.5 não foi identificada no Brasil. No entanto, essa ausência pode ser mais uma questão de limitações na capacidade de detecção do que de fato uma inexistência da variante em território nacional. Especialistas alertam que o baixo índice de coleta e análise genômica no país pode estar mascarando a presença silenciosa da EG.5 em comunidades locais.
Nesse contexto, a Sociedade Brasileira de Infectologia emitiu uma nota recomendando medidas para conter o avanço da variante. A instituição destaca a importância de intensificar a coleta de testes diagnósticos e fortalecer a vigilância genômica, especialmente em casos sintomáticos de Covid-19. Além disso, a Sociedade ressalta a necessidade de manter o calendário vacinal atualizado, incluindo as doses de reforço recomendadas para a Covid-19.
Em resumo, a identificação da subvariante EG.5 da cepa Ômicron em 51 países lança luz sobre uma possível nova fase na evolução da pandemia. Enquanto especialistas buscam entender melhor suas características e implicações, medidas preventivas e de monitoramento rigoroso se tornam essenciais para conter seu avanço e garantir a saúde pública global.
Por: Melquisedeque J Santos
Fontes: Organização Mundial de Saúde (OMS), Sociedade Brasileira de Infectologia
