"Implosões são catastróficas e repentinas, mas as condições para tais eventos normalmente se acumulam ao longo do tempo. É similar com a implosão de nossa fé, que tende a ser o resultado culminante de anos de negligência espiritual, de compromissos sutis com o pecado, ou de uma série de pequenas decisões erradas que enfraquecem nossa estrutura moral e espiritual até que ela não consiga mais resistir à pressão e implode. É uma colisão interna súbita e devastadora, onde o exterior permanece, mas o interior colapsa, assim como acontece com as implosões físicas."
Essa semana, presenciamos o trágico resultado dessa negligência. Quatro milionários, acreditando poder desafiar a natureza com a audácia de sua riqueza e a engenhosidade da tecnologia, embarcaram em uma viagem ao coração do oceano para ver o Titanic, guiados apenas por controles que lembram os de um videogame popular para crianças, o Polystation. Eles foram atraídos pela promessa de um encontro pessoal com a história, mas encontraram seu próprio fim no processo.
Como podemos, como cristãos, interpretar essa história de vaidade e tragédia? A resposta pode estar em Salmos 1.6: "Pois o Senhor aprova o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios leva à destruição!" Essas implosões são resultado de anos de descuido, de ignorar a voz de Deus e a ação do Espírito Santo, que nos orienta para o que é moralmente certo ou errado. Quando rejeitamos essa voz divina, estamos, de fato, rejeitando a vontade de Deus.
Na manhã de quinta-feira, a Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou nossos piores medos. O Titan, o submarino pertencente à empresa OceanGate, desapareceu do radar com um suprimento de oxigênio de 96 horas. A matemática era simples, mas sombria: o suprimento de ar da tripulação tinha menos de 24 horas restantes. Assim o destino deles foi selado.
O desaparecimento do Titan é uma metáfora dolorosa para a implosão da fé. Assim como a tripulação do Titan ignorou os perigos de descer a tais profundidades, muitos de nós, na nossa vida cristã, nos arriscamos nas profundezas do materialismo, do orgulho e do egoísmo, da falta de perdão, deixando de lado os princípios e valores fundamentais de nossa fé. O resultado é uma vida espiritual que implode.
No entanto, ao contrário da tragédia do Titan, nossa implosão espiritual pode ser evitada. Devemos ouvir a voz de Deus, nosso guia divino, e agir de acordo com a vontade do Senhor. Devemos cuidar de nossa 'estrutura espiritual', mantendo-a livre das 'infiltrações' do pecado e da desobediência. Se o fizermos, evitar a implosão não é apenas possível, mas garantido.
No final, a história dos milionários que sofreram a implosão nos fornece uma poderosa lição sobre a importância de ouvir nossa consciência e seguir a vontade de Deus. Não podemos permitir que a riqueza, a vaidade ou a audácia nos conduzam a um caminho de destruição. Ao invés disso, devemos nos esforçar para manter uma vida espiritual equilibrada e resistente, capaz de suportar as pressões do mundo - como o mar profundo que aperta o casco de um submarino.
O pecado, assim como a pressão do mar, pode agir de maneira silenciosa e gradual, minando nossa resistência e integridade até causar uma implosão. É por isso que precisamos estar constantemente vigilantes, orando para que Deus nos fortaleça e nos ajude a resistir às tentações que podem levar à nossa ruína espiritual. Essa é a verdadeira lição que podemos tirar da tragédia do Titan: a necessidade constante de cuidado, atenção e obediência aos princípios divinos para resistir à pressão do pecado e evitar uma implosão em nossa fé.
Por Melquisedeque J Santos (autor do texto)
