A partir de 1º de agosto, as farmácias em todo o Brasil estão autorizadas a realizar exames de análises clínicas (EAC) em seus estabelecimentos. Anteriormente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permitia apenas a realização de testes de Covid-19 e glicemia. Com a nova regra, as farmácias poderão oferecer aos clientes mais de 40 tipos de análises diferentes, incluindo exames para doenças como dengue, hepatite, colesterol, vitamina D, HIV, entre outros.
Os exames de análises clínicas são procedimentos que utilizam fluidos do organismo, como sangue, urina, fezes e secreções, como base para diagnóstico. No entanto, é importante destacar que esses exames de triagem não substituem os exames laboratoriais tradicionais, eles complementam o diagnóstico e devem ser usados como uma primeira avaliação. Portanto, os resultados obtidos nas farmácias ou consultórios não devem ser usados isoladamente para tomar decisões médicas.
A liberação dos exames em farmácias aconteceu após uma mudança na regra de 2005, impulsionada pelo avanço tecnológico nos procedimentos diagnósticos. A Anvisa realizou audiências e consultas públicas antes de aprovar a norma que permite a ampliação dos serviços nas farmácias.
A Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) divulgou uma lista de 47 exames que poderão ser executados nas farmácias. Alguns desses exames incluem o Beta-hCG, testes de dengue, hemoglobina glicada A1c, colesterol total, avaliação de controle de asma, glicemia, teste rápido para Covid-19, hepatite C, vitamina D, entre outros.
Para que as farmácias ofereçam esses serviços, é necessário que elas tenham uma sala específica para a realização dos exames e contratem profissionais especializados na área. Isso garante que os procedimentos sejam realizados com segurança e qualidade.
A iniciativa representa uma vantagem para os consumidores, pois amplia o número de locais onde os exames podem ser realizados, com aproximadamente 10 mil estabelecimentos associados à maior entidade do setor. Além disso, espera-se que a competição resulte em uma potencial redução nos custos dos exames. Por exemplo, o teste de diabetes, que já é realizado em algumas farmácias, deve ter uma redução de pelo menos 15%.
Apesar da facilidade de acesso e rapidez dos resultados proporcionados pelas farmácias, especialistas ressaltam que é fundamental levar os exames para avaliação de um profissional médico. O diagnóstico e os tratamentos adequados devem ser definidos pelo médico, garantindo uma abordagem clínica completa e precisa.
As farmácias têm um prazo de seis meses para se adequarem às regras técnicas e, de acordo com o setor, as grandes redes já estão preparadas para oferecer os novos serviços. Com a ampliação dos tipos de exames disponíveis, espera-se que a iniciativa contribua para a melhoria do acesso à saúde e diagnósticos precoces, proporcionando maior comodidade e conveniência para os pacientes.
Por: Melquisedeque J Santos
