China tem hospitais lotados com casos de doenças respiratórias; OMS pede dados
24 de nov de 2023 - 11:54:04

Fotos e vídeos de hospitais lotados de crianças e pais tomaram a rede social nos últimos dias, na China, com o avanço dos casos de doenças respiratórias. Entre 13 e 19 de novembro, segundo comunicado do Centro Nacional de Influenza da China nesta quinta-feira (23), os surtos de gripe influenza cresceram para 205, contra 127 na semana anterior. A cepa dominante é H3N2, um subtipo de influenza A, segundo o órgão.

A maioria das consultas envolve crianças, e a espera por atendimento pode superar 13 horas em alguns casos. Hospitais em Pequim e no norte da China têm enfrentado uma onda de casos de doenças respiratórias em crianças no primeiro inverno no país após o fim das medidas rigorosas contra a Covid-19 quase um ano atrás.

O tempo de espera por atendimento tem levado horas, com centenas de pacientes na fila de alguns hospitais infantis nas principais cidades do norte da China, de acordo com informações obtidas de notícias na mídia estatal e de mensagens em redes sociais. Um funcionário do Hospital Infantil de Pequim disse à mídia estatal na terça-feira (21) que a média atual de mais de 7.000 pacientes atendidos diariamente "excede em muito a capacidade do hospital".

O maior hospital pediátrico nas proximidades de Tianjin quebrou um recorde no sábado (18) ao receber mais de 13 mil crianças na emergência e em consultas, de acordo com uma agência estatal local.

Autoridades de saúde em Pequim e de outras grandes cidades do norte da China disseram que doenças sazonais típicas, incluindo gripe e o vírus sincicial respiratório (VSR), assim como a pneumonia por micoplasma – uma infecção bacteriana que normalmente gera uma infecção leve e afeta crianças – são as principais causas dos atendimentos.

O crescimento nos casos no norte da China ocorre em meio a um aumento nas infecções respiratórias sazonais em todo o hemisfério norte, inclusive nos Estados Unidos, onde o vírus sincicial respiratório (VSR) está se espalhando em níveis "sem precedentes" entre as crianças.

Mas a situação chinesa levantou preocupação global depois que a Organização Mundial de Saúde (OMS) na quarta-feira (22) pediu à China mais informações sobre o aumento de doenças respiratórias e de "grupos com pneumonia não diagnosticada em crianças", citando um post do Programa de Monitoramento de Doenças Emergentes da Sociedade Internacional de Doenças Infecciosas, conhecido como ProMED.

Depois de falar com autoridades chinesas e funcionários do hospital na quinta-feira (23), a OMS disse que os dados indicaram um aumento nas consultas ambulatoriais e internações hospitalares de crianças devido à pneumonia por micoplasma em maio e doenças sazonais comuns, como adenovírus e vírus influenza desde outubro.

"A agência acrescentou que as autoridades chinesas disseram que 'não houve detecção de patógenos incomuns ou novos ou apresentações clínicas incomuns'."

Por: Melquisedeque J Santos

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