Essa semana correu a notícia que uma Bíblia hebraica com mais de 1.000 anos e descrita como "um dos textos mais importantes e singulares da história da humanidade" será exibida no final deste mês, antes de ser leiloada. Acredita-se que o Codex Sassoon, datado do final do século 9 ao início do século 10, seja a Bíblia hebraica mais antiga e completa. Ele estará em exibição na Sotheby's em Londres de 22 a 28 de fevereiro, seguido por uma turnê de exibição em Israel e nos Estados Unidos. Ela será leiloada em Nova York em maio, onde deve arrecadar entre US$ 30 milhões e US$ 50 milhões.
Caso o livro sagrado de 1 mil anos de idade seja vendido próximo do seu valor estimado, o Códex Sassoon se tornará o texto impresso ou documento histórico mais valioso já vendido em leilão, segundo a Sotheby's. O Códex Sassoon foi nomeado em homenagem ao dono anterior David Solomon Sassoon, que adquiriu a Bíblia em 1929 e montou uma das coleções privadas mais significativas de manuscritos judaicos e hebraicos no século 20.
Foi apenas recentemente que o atual proprietário, o colecionador Jacqui Safra, sobrinho de Joseph Safra, fez a datação por carbono do Códex Sassoon, confirmando que o escrito é mais antigo do que o Códex de Aleppo e o Códex de Leningrado, duas outras importantes Bíblias Hebraicas antigas, de acordo com a Sotheby's. A Sotheby's disse que o Códex Sassoon havia sido datado de final do século 9 ou início do século 10 com bases científica e paleográfica e contém quase a totalidade da Bíblia.
A importância dessa obra é que talvez seja o primeiro códice, ou manuscrito em forma de livro, da Bíblia Hebraica. Nos séculos anteriores à sua escrita, havia apenas porções ou seções de textos bíblicos em forma de pergaminho - que vieram a ser conhecidos como os Manuscritos do Mar Morto. Mas estes não continham versos, capítulos ou pontuação, disse a Sotheby's.
Em termos de valor religiosos a Bíblia hebraica é o fundamento das três religiões abraâmicas: judaísmo, cristianismo e islamismo. Os estudiosos há muito estão cientes do códice nomeado após o renomado colecionador de Judaica David Sassoon (1880-1942), mas permaneceu em grande parte fora da vista do público, disse a Sotheby's em um comunicado à imprensa na quarta-feira.
Por Melquisedeque J Santos
