08 de ago de 2023 - 12:41:36

O anúncio do relançamento de bonecas Barbie com temas religiosos na Argentina, apelidadas de "Barbie Virgem Maria" e "Jesus Ken", tem causado uma onda de indignação em todo o mundo, especialmente entre grupos católicos em Buenos Aires, a cidade natal do Papa Francisco.

Esse controverso lançamento ocorre após o sucesso internacional do filme "Barbie", dirigido por Greta Gerwig e estrelado por Margot Robbie e Ryan Gosling. Os artistas locais Emiliano Pool Paolini e Marianela Perelli, inspirados pelo sucesso do filme, decidiram relançar sua polêmica coleção, intitulada "Barbie, A Religião de Plástico".

A coleção original, exibida em 2014, gerou sérias ameaças de morte para os artistas devido à representação de figuras religiosas importantes, incluindo santos católicos e a Virgem Maria, como bonecas. A exposição apresentava Barbies representando figuras históricas e religiosas, como Joana D'Arc e Virgem de Guadalupe, bem como Ken como Buda e Moisés. Notavelmente, figuras muçulmanas foram evitadas devido às proibições islâmicas contra tais representações.

Apesar das ameaças, pelo menos uma loja de brinquedos na Argentina concordou em estocar alguns modelos da coleção revivida. Os artistas planejam exibir suas bonecas em uma mostra de arte programada para dezembro, conforme relata o New York Post.

A reação à coleção original foi intensa, com críticas vindas de várias comunidades religiosas. O padre Adrian Santarelli, da paróquia de St. Thomas More em Buenos Aires, questionou a adequação dos bonecos, argumentando que tais representações poderiam confundir a compreensão das crianças sobre o sagrado.

Os artistas defendem que a exposição é uma obra de arte e não tem a intenção de ofender. Emiliano Pool Paolini afirma que a coleção é a união dos dois elementos mais populares da história: a boneca Barbie e a religião. Ele expressou surpresa com a controvérsia e mencionou que a religião frequentemente descreveu virgens como as mulheres mais bonitas, fazendo um paralelo com a beleza da boneca Barbie.

A coleção revivida supostamente atrairá muitos visitantes para a mostra de arte em dezembro, e a presença policial será garantida para garantir a segurança durante o evento.

A controvérsia também se estendeu às redes sociais, onde as opiniões são diversas. Enquanto alguns rotulam a coleção como um "escândalo internacional", outros acusam os artistas de buscar fama de maneira infame.

Além da comunidade católica, outras religiões também expressaram descontentamento. No passado, a "Barbieficação de Kali" provocou críticas de líderes hindus, como Rajan Zed, baseado em Nevada. No entanto, defensores da exposição, como Elina Aguilar e Hugo Fryszberg, destacaram que bonecos de outras figuras religiosas já foram vendidos sem problemas.

Essa controvérsia destaca as complexas interações entre arte, religião e sensibilidades culturais, chamando a atenção para a questão da representação de figuras religiosas em contextos comerciais e artísticos. A controvérsia em torno da coleção "Barbie, A Religião de Plástico" continua a provocar discussões acaloradas e polarizadas em todo o mundo.

Por: Melquisedeque J Santos
Fonte: The Christian Post