Em uma recente movimentação política, o Vice-presidente da República e Ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, iniciou uma série de diálogos com líderes evangélicos para compreender o cenário atual dessa influente comunidade religiosa no Brasil, com um foco particular no estado de São Paulo, seu principal reduto político.
Esse esforço ocorreu após uma reunião na terça-feira (12/9) entre Alckmin e o Deputado Federal Cezinha de Madureira (PSD-SP), um proeminente líder da Assembleia de Deus do Ministério de Madureira. Fontes internas do Palácio do Planalto, conforme relatos da coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, indicam um interesse crescente do vice-presidente no cenário evangélico paulistano.
Esta iniciativa não é isolada e parece ser uma estratégia coordenada do governo Lula para estreitar laços com o eleitorado evangélico, um segmento com o qual o governo atual enfrenta resistência. A importância da aproximação com este grupo foi destacada em abril quando, por determinação de Lula, Alckmin representou o governo na Convenção Nacional das Assembleias de Deus do Ministério de Madureira, em Brasília. Durante o evento, o vice-presidente assumiu o papel de Presidente da República em exercício, devido à viagem oficial de Lula a Portugal.
Outras reuniões também reforçam essa estratégia de aproximação. Em 10 de agosto, Alckmin recebeu no Planalto o Deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), figura notável próxima ao Pastor Silas Malafaia, um dos líderes evangélicos mais influentes do país.
Essas movimentações sugerem uma tentativa contínua do governo Lula de cultivar um relacionamento mais estreito com a comunidade evangélica. Se isso vai resultar em apoio político mais amplo para o governo ou em políticas que beneficiem diretamente essa comunidade permanece uma questão em aberto.
A aliança entre políticos e líderes religiosos não é novidade no Brasil, mas a intensidade dessas negociações ressalta a importância e a influência que o segmento evangélico detém na atual conjuntura política do país.
Por: Melquisedeque J Santos
Fonte: Coluna de Igor Gadelha – Metrópoles
